Canais vão se tornar aplicativos, trazendo facilidade e personalização - Foto: José Cruz

TV 3.0, que promete mais interatividade, chega às casas no ano que vem

 A partir do ano que vem, o brasileiro passa a ter uma forma diferente de assistir televisão, por meio de aplicativos, na chamada TV 3.0.

 

O decreto que cria regras para essa nova tecnologia foi assinado nesta quarta-feira (27), pelo Presidente Lula, no Palácio do Planalto, em Brasília. 

 

A nova forma de transmissão atende a um pedido feito, no ano passado, pelo Fórum do Sistema Brasileiro de Televisão Digital. Durante a cerimônia, o presidente da entidade, Raymundo Barros, destacou as facilidades que a nova TV vai trazer.

 

“A televisão aberta da era digital, onde canais tornam-se aplicativos, o que permitirá mais interatividade e personalização, como votações em tempo real, conteúdos estendidos, serviços de governo digital, alertas de emergência, novos recursos de acessibilidade, publicidade e conteúdos personalizados e até T-commerce, que é compra de produtos e serviços pelo controle remoto. O DTV+,  a nova marca da TV 3.0 vai estar em posição de destaque nos televisores e controles remotos dos novos televisores dessa geração”.

 

Também presente no evento, o ministro das Comunicações, Frederico de Siqueira Filho, destacou que a TV 3.0 vai permitir que os espectadores interajam com os programas – em caso de ser ligada à internet - inclusive altíssima qualidade de som e de imagem, que pode ser de 4k até 8k. 

 

“A televisão vai continuar gratuita, como o brasileiro já conhece. Mas, com a conexão com a internet, o telespectador terá uma experiência totalmente nova. A interatividade chega para funcionar. Será possível escolher narração, acionar replay ao vivo, ver gol por outro ângulo, voltar no programa, conversar com outros expectadores, comprar o produto que aparece na novela. Na acessibilidade teremos grandes avanços. A áudio-descrição, por exemplo, poderá ir direto para o fone de uma pessoa com deficiência visual. Com aparelho conectado à internet, os conteúdos e anúncios podem se adaptar à região e ao perfil das pessoas, sempre respeitando a lei e a privacidade”.

 

Também presente na assinatura do decreto, o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Sidônio Palmeira, destacou a importância da implementação da nova tecnologia para a soberania brasileira, sobretudo a digital.

 

"Esse decreto representa a nossa visão de futuro sob a agenda digital e tecnológica, abertura, cooperação e soberania. Aliás, a soberania hoje é um grande tema que une todo o país, não só a soberania, mas a soberania digital. E tudo tem a ver com a TV digital que está sendo implementada agora para que volte a acontecer e entrar no ar, provavelmente em junho do ano que vem, e eu acho que tem possibilidade até de a gente assistir a Copa do Mundo com a TV digital."

 

Para receber o novo sinal, quando a transmissão estiver disponível, será preciso ter uma antena. Ela pode vir acoplada de fábrica na televisão ou ser instalada externamente.

 

O professor do Centro de Informática da Universidade Federal da Paraíba, Guido Lemos, avalia que a novidade pode ajudar a reverter a queda no número de usuários da TV aberta.

 

“A gente cria uma perspectiva de retomada de energia da TV aberta, que está ameaçada. Porque quando você olha o que está acontecendo, com as TVs que estão instaladas em várias residências, a maioria dessas TVs não estão conectadas à antena de recepção de TV aberta. De certa forma, é uma reconquista do espaço que a TV aberta perdeu na primeira tela e no controle remoto dos receptores de TV”.

 

Mas, afinal, quando é que a TV 3.0 passa a funcionar, na prática? Segundo o governo, este ano será de preparação. A nova tecnologia começa a ser utilizada no primeiro semestre do ano que vem, começando pelas grandes capitais. A partir daí, o processo de expansão vai sendo feito ao longo dos próximos 15 anos.

 

Com a TV 3.0 conectada à internet, os usuários poderão ter acesso também a serviços públicos digitais. Para isso, o decreto também cria a Plataforma Comum de Comunicação Pública, com conteúdo de comunicação pública e informações governamentais.

 

Lembrando que para ter a TV 3.0 não é obrigatório ter a internet em casa. Ela só torna a experiência mais interativa e mais completa.

 

*Com colaboração de Pedro Vilela, da Agência Brasil

 

(Agência Brasil, por Sayonara Moreno - Edição: Aline Cordeiro / Fran de Paula)

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